terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Antropometrias, de Ives Klein

YVES KLEIN(1928 – 1962)
Antropometrias
Numa pintura performática o que seria mais inerente, o que seria  mais essencial? O corpo.
Corpo e existência. Corpo prova da minha existência.
Yves Klein com seu trabalho Antropometria pode ser encaixado na definição de Novo Realismo ( novas abordagens perceptivas do real), mostrando o corpo com suas medidas e movimentos por um ângulo inusitado.
A corporeidade sendo mostrada e sentida. A plasticidade da obra vivida na pele.
Retratar o movimento do corpo com o movimento do corpo. Partes do corpo sendo impressas como carimbos vivos. Prova de que aquele movimento o corpo vivenciou e a tinta registrou. Ficou marcada a medida da desenvoltura daquele corpo naquele momento.
Yves Klein pintava os corpos de modelos e coordenava as marcas que elas deveriam fazer nas telas como se estivesse conduzindo um espetáculo de corpos marcando sua existência.

Parangolés, de Hélio Oiticica

HÉLIO OITICICA(1937 – 1980)
Parangolés
Hélio Oiticica com seus Parangolés propunha a interação espaço – obra – espectador numa relação diretamente ligada com a reação corporal do espectador com a obra. Assim esse espectador vê a obra interagindo corporalmente com ela.
Vestir uma fantasia ou colocar uma máscara como se estivesse em uma encenação nos permite ser e sentir-se sem a preocupação com a identidade pessoal usual na sociedade. Como se naquele momento se fosse permitido tomar conhecimento do seu corpo, das sensações e manifestações possíveis a serem sentidas por si próprio e permanecendo preservada sua identidade. Sem expor-se diretamente. Aparecer ocultando-se.
Talvez esse seja o grande fascínio que o carnaval exerce na maioria das pessoas. Debaixo da fantasia poderei experimentar e descobrir prazeres sensoriais que minha vida social não me permite.
Enfim, em uma época de repressão, Hélio Oiticica cria um trabalho para proporcionar uma pura expressão de cada um que a experimentar.

A dança, de Matisse

MATISSE 
(1869 – 1954)
A Dança
Matisse, classificado como um artista Fauvista por utilizar as cores como fator primordial da pintura e levando-as até as últimas consequências obtinha assim quadros tão bonitos quanto artificiais.
Não pintamos, ou ao menos não devemos pintar o que não nos é significativo. Por isso com essa obra que nos remete a tradições remotas confirma-se a incipiente fascinação do pintor pela arte primitiva.
O uso de cores intensas se destaca provocando sensações distintas. Assim como o vermelho é sangue, o vermelho é vida e é calor. O corpo é calor, o corpo é energia. Movimento e dança potencializam a energia vital.
Verde é natureza, é garantia de alimento. Poderia ser essa a dança praticada por uma cultura antiga relacionada com a reverência a Mãe Terra e a colheita?
O azul é a garantia de que essa dança acontece ao ar livre para quem sabe lembrar-nos de que o corpo também é uma manifestação da natureza?