Desenhar é mais do que representar
alguma coisa tal e qual ela se mostra visualmente. Ao infligir seu traço, quem
desenha também marca uma maneira pessoal de ver as coisas, uma maneira pessoal
de “tratar” as formas e mais do que uma representação exata do que está vendo,
impõe nestas formas, o seu olhar e entendimento sobre aquilo que está
representando.
Diante destas constatações há de se
convir que de nada adiantaria formar inúmeros alunos desenhando exatamente da
mesma maneira porque desenhos perfeitos que seguem procedimentos específicos e regras
de perspectiva podem ser muito úteis e impressionar alguns, mas não carregam a
originalidade do olhar pessoal, que é intrínseco e revelador de uma rede de
inúmeras relações interpretativas.
Desta maneira o ensino do desenho não pode
se reduzir ao ensino de técnicas de como se registra as formas, é necessário que
se estimule o olhar, o observar, o pensar sobre as formas e o trabalho precisa
ser conduzido de modo que os alunos consigam desenvolver um jeito de registrar
essa maneira pessoal de ver e entender as imagens que os cercam.
O professor que acredita que ensinar é
muito mais do que transmissão de conhecimento e que em um ambiente de ensino a preocupação
deve ser com a formação integral do educando de maneira que os objetivos explicitados
em suas ações didáticas busquem contribuir com a formação de um cidadão
consciente da realidade que seja capaz de interpretar informações e refletir
acerca delas, pode e deve fazer que também as aulas de desenho tenham
consonância com a possibilidade de expressão destas ideias.
Referências bibliográficas:
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
VALÉRY, Paul. Degas dança desenho. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
Referências bibliográficas:
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
VALÉRY, Paul. Degas dança desenho. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.